quinta-feira, 20 de agosto de 2009

JABACULÊ INSTITUCIONALIZADO

O pagamento para repercutir trabalhos que cantores e gravadoras –em especial- fazem a emissoras de televisão e rádio virou instituição. O jabaculê saltou das trilhas sonoras para corredores e gabinetes dos Legislativos de Mato Grosso do Sul.

Não bastassem os insossos, inodoros e improdutivos VTs de horário político obrigatório, os espectadores e ouvintes são obrigados a conviverem com a coerção de programas (?) comandados por figurinhas carimbadas da política do Estado. Sensacionalismo e pieguismo fazem a tônica do que seus titulares classificam de “jornalismo”.

Diante da chegada de novos “programas” –velhos na essência-, o mais antigo usuário dessa prática, Deputado Estadual Maurício Picarelli, reclamou. Chegou a dizer que tais programas só poderiam ser realizados por jornalistas. Tal como se arvora ser.

Caso seu trabalho televisivo não tivesse a forma despótica com a qual comanda, as matérias feitas por supostos repórteres mostrariam os rostos de seus autores. Estes, por sua vez, não entrevistariam, possíveis foras da lei,como se fossem torturadores da ditadura militar. A cereja do bolo é o fato de os perguntadores sem rosto serem obrigados a citar o titular do “programa jornalístico” como “Deputado” Maurício Picarelli.

Se o mais antigo desses programas tem baixo nível de qualidade, o que dizer de outros que, em sua maioria, são cópias do original? Com predomínio da trinca pieguismo, sensacionalismo e não se esqueça de mim, não se pode esperar nada de melhorias no ar.

No ar ficam, literalmente, espectadores-eleitores que acreditam serem coerentes as ações dos nobres deputados, vereadores e candidatos a, tanto na televisão ou rádio quanto na tribuna.

O ESCÂNDALO DAS PASSAGENS DA CÂMARA FEDERAL não serviu pra nada. Na chamada verba indenizatória, tanto na Asembleia Legislativa quanto na Câmara de Campo Grande, não existe a rubrica Verba para programas individuais de TV ou rádio. Como perguntar não ofende, de onde vem o dinheiro para pagamento de produtoras e compra de espaços nas emissoras do Estado?

LAÇOS DE FAMÍLIA QUE ATRAPALHAM. Mesmo que a imprensa de Mato Grosso do Sul não fosse produto de oligarquias, a jornalista (esta sim) Denise Abrahão não poderia abonar matéria eventualmente contrária ao comportamento de vereador do Sr. Paulo Siufi. O presidente do Legislativo da capital do Estado mantém programa (pago por ele) onde avia receita sem ver o rosto do paciente, pela TV Campo Grande, onde a moça trabalha.

PIEGAS E POPULARESCOS, nenhum dos oito programas acima resistiriam a um traço nos índices de audiência em pesquisa quantitativa e qualitativa.

MAIS DO MESMO. Ratinho, Netinho e Crhistina Rocha. Com este trio o SBT consegue empate técnico no segundo lugar de audiência (junto com a Record). Pobre filme triste.

OS ESMERO COM A PRODUÇÃO DE CAMINHOS DAS ÍNDIAS, são apenas com o visual da trama, por parte de autores e colaboradores. Com os fatos reais, nem tanto. Dia desses, o núcleo da Lapa carioca jantava, ao mesmo tempo em que os “indianos” também estavam à mesa, fazendo o mesmo. Considerando que grande parte de brasileiros jantam por volta de 20 horas, os indianos estão dormindo em plena 4h30min da madrugada, já que o fuso entre os dois países é de +8h30min.

FOI DADA A SAÍDA. Adalberto Batista, diretor de marketing do São Paulo, rechaçou críticas da CBF ao estádio do Morumbi. Disse, sem citar nomes que “tem sede da copa que não tem estádio e cujo melhor time é da quarta divisão”, em clara alusão à mato-grossense Cuiabá.

ATÉ ONDE O DEPUTADO JERSON DOIMNGOS (dono de Francisco Cezário que é dono da FFMS) vai levar adiante promessas de retaliações ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira? Seu pupilo está preocupado.

BOI DE PIRANHA. OU FANTOCHE. Jérome Valker, secretário-geral da FIFA, pões a cara pra bater, no lugar de Ricardo Teixeira. Esculhamba o Estádio do Morumbi, em São Paulo, dando voz ao ódio que o presidente nutre por São Paulo, que tem uma Federação de Futebol –muito independente para o gosto dele- e que não reza em sua cartilha.

VALE LEMBRAR QUE o governador José Serra, também, não estimulou a bancada federal paulista a desistir da implantação da CPI da Nike.

LENHA NA CRISE DE IDENTIDADE DO MS. Ocupante do melhor cargo do mundo, que “só presta conta a Deus”, conforme o titular do programa Tribuna Livre (FM Capital), Ricardo Teixeira referiu-se aos habitantes daqui como “mato-grossenses-do-sul”, na carta enviada ao prefeito Nelson Trad Filho, ao invés de sul mato-grossenses. Nesse particular, não podemos censurar o presidente da CBF pois tanto uma quanto outra designação refere-se aos habitantes de Rondonópolis.

CASO NOSSO ESTADO TIVESSE OUTRA DENOMINAÇÃO o mundo saberia onde fica o Estado do Pantanal, tão cantado em prosa e verso na hora do chororó e prejuízo. Distribuir adesivos jurando que o “Pantanal é aqui” é medida que não vai de Caarapó a Nhecolândia. É o mundo que precisa saber disso e não apenas os convidados a irem às ruas dar tchauzinhos para Carlos Alberto Torres, Luiza Brunet, Ricardo Teixeira e –pasme- Francisco Cezário, pelas ruas de Campo Grande. Modificar a história é mundo mais do que isso.